segunda-feira, julho 11, 2005

Aral

Certas urgências são grandes.
E novas, estranhas.
Debruço-me sobre tantas folhas
de pensamento lançadas
e fervo.

Convulsões me embaralham.
Mal consigo catar os órgãos
todos alvoroçados,
enfunados no corpo,
sem tino.

Difícil olhar de frente
os dias, noites, arrepios
de tempo guardado,
revisitado,
desbotamento de chuva fina.

Ventos se desviam
nos intervalos das pedras,
as roladas e as outras,
enquanto varo por entre casas longas,
encompridadas na noite.

Quero saber tanto
o que tanto me incomoda
e faz faltar espaço ao estômago
quimicamente oscilante,
faz o ar virar lágrima
que escala a pele
e entra de novo na alma,
ah, tanto estrago.

Quero saber dos olhos outros,
prismas, acordes,
pancadas na fronte
da chuva que vem, vai,
vem, vai
e se instila
no centro das dores.
No que falta, no que é
e no que nasce.

Rochoso, salgado
e cristalinamente
próximo.

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