segunda-feira, outubro 27, 2014

FIDA 21: muito para lembrar

Comecei, muito animada, a postar o dia a dia do FIDA 21 neste blog, mas o Festival foi tão absorvente que simplesmente não consegui voltar todos os dias ao computador para registrar as emoções da noite anterior.
De volta à terra aparentemente firme do dia a dia, trago para cá a memória recente, as histórias e os melhores momentos que o FIDA 21 deixou no coração.

Aniela Kalif, entre a dança e a prancheta

Conheci Aniela em 2003. Na época já era bailarina da Cia. de Danças Clara Pinto, ainda do grupo "das novinhas", como era chamado carinhosamente. Disciplinada nos ensaios e nas apresentações, Aniela marcava uma presença forte e promissora que foi se confirmando ano após ano. Mas as demandas dos estudos naturalmente vieram junto e sua vida foi se transformando. - Tem uma hora que a gente tem que escolher - conta. - Infelizmente ainda não dá pra se viver da dança, então fui pra faculdade.
Aniela escolheu a Arquitetura como profissão e foi conciliando como podia os estudos e a carreira de bailarina. - Quando não deu mais resolvi ficar só na escola mesmo - explica Aniela, que acaba de começar um mestrado e tem muitos projetos em andamento. Assinou o projeto da loja Grand Jété, que funciona na Escola de Danças Clara Pinto da Travessa Dr. Moraes, assim como a reforma dos vestiários e, mais recentemente, renovou totalmente a sala de espera da escola.
No FIDA 21, Aniela integrou, como convidada, a Cia. de Danças Clara Pinto e brilhou em coreografias de Marcelo Pereira e Adriana Villela. Em forma, com a paixão e a profissão bem conciliadas, Aniela é só sorrisos e simpatia.  Essa disciplina toda vem de berço: Aniela é uma das "filhinhas de peixe" da Escola Clara Pinto: a mãe, Paula Kalif, é experiente professora e ensaiadora da Escola e já atuou, como bailarina, em vários balés da companhia.

 A BON DANCE, uma surpresa

Uma das boas surpresas do FIDA 21 foi o grupo A BON DANCE, da Guiana Francesa. Com bailarinos experientes e talentosos, coreografias inspiradas e bom gosto, o grupo arrebatou prêmios, aplausos e elogios.Os bailarinos Lory Faubert, Lubna Khodr, Yannick Coco e Christophe Aucourd, coreografados por Priscilla Faubert, trouxeram ao FIDA um trabalho refinado, intenso e elegante. Dentre as obras apresentadas, as coreografias Fléaux, apresentada no dia 23, e Variante, no dia 25, foram destaque pela consistência e força. O público adorou. Os bailarinos participaram das competições de solos e duos com grande sucesso. Bravo!

Cia. Nataraja, como sempre, uma beleza

Nataraja é uma das dimensões do deus indiano Shiva e significa "o senhor da dança", conforme me explicou Marieta Hamsá, líder da Cia. de Dança Nataraja, de Belém. Esse grupo me conquistou desde o meu primeiro FIDA: o trabalho é devocional e muito artístico, repleto de detalhes, com música ao vivo, bailarinos talentosíssimos e uma consistência incrível. No FIDA 21, apresentaram Kryta Yuga - A Era da Luz, coreografia da própria Marieta. Lindos trajes, esmero na maquiagem e nos cabelos, coreografia delicadíssima, acompanhada por um excelente bailarino-músico, na flauta. Ver a Cia. Nataraja em cena é sempre uma alegria e um momento de elevação!

No próximo post falarei mais dos convidados deste ano, que arrebentaram a boca do balão, para dizer o mínimo.


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