segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Esparsas

Uma vida e seus ecos

Uns dias depois do meu último post, estava a navegar por razões literárias por respostas, comentários e notas de pessoas que ainda não conhecia. Caminhei em meio a essas impressões porque me interessavam vivamente, e assim fui desvendando vidas devagar... Soube de tantos detalhes que não imaginava, aprendi imenso sobre sentimentos profundos que poderiam ser meus, ou com os quais me identifiquei no trajeto... Sem querer, conheci dores, momentos de luto, tristezas debulhadas com carinho e saudade. E por essa razão acabei entrando, respeitosamente, no blog de alguém que tinha acabado de falecer.
Havia ali muita vida, sonhos ainda quentes, esperanças escapadas de sorrisos talvez amarelos, mas guerreiros. E determinação também, bom-humor, talento. Visitei alguém que podia ter conhecido, de quem poderia ter gostado, com quem decerto teria trocado muito... Por instantes, ao percorrer as últimas páginas ali deixadas com a naturalidade de quem tem a certeza de que vai continuar amanhã, pressenti que sua autora era uma dessas pessoas acostumadas à eternidade. Parecia esbanjar vitalidade em cada palavra, com aquele jeito simples e especial que caracteriza as pessoas realmente espontâneas. E me senti bem-vinda, acolhida, como se merecesse de fato entrar, ainda que de leve, naquele mundo. O mundo de alguém que passou, mas mesmo assim permaneceu, espalhando luz à sua volta.
Agradeço aqui ao Milton e ao Paulo, mesmo sem os conhecer, por me terem guiado ao delicado universo de sua querida Meg, autora do blog Sub-Rosa, a quem presto minha homenagem.

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