sexta-feira, janeiro 12, 2007

Independentes

I
Selvagens o tempo
e os arrepios de medo
- hora de guardar-se.

II
Jogar, ora bolas
pernas compridas e poucas
pra tanta sede de gols...

III
Faceiríssima, nua,
o amar armado no espelho
- e a alma, encolhida.

IV
Esse funk pra todo lado
e o coração, surdo-mudo,
põe o leite pra esquentar.

V
Portugal cá dentro
canção pra lá dos olhos
E onde estás, tu, mamá?*


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* (Estrofe da Canção de Lisboa, de Jorge Palma,
mestre da música e da alma portuguesas)

2 comentários:

Anônimo disse...

:)
lindos e sentidos.

Apetece-me parafrasear um dos grandes escritores da actualidade portuguesa

"Escrever é uma droga dura"
António Lobo Antunes

Anônimo disse...

Querida Maurette, vim espreitar o teu blog e estou encantada com tanta sensibilidade e com a tua escrita maravilhosa.
E esta homenagem a Jorge Palma é soberba! Ele é realmente um mestre!

Beijinhos