Estou com muita raiva. Minha filha acaba de apagar duas páginas de texto que eu pretendia postar exatamente agora. Por mera distração, descaso, falta de compromisso, sei lá: o fato é que, por uma obsessão por essa maldição chamada "MSN", lá se foi o trabalho de mais de uma hora, minhas reflexões da semana.
É uma espécie de roubo: alguns tesouros que, mesmo pequenos, seriam transportados da alma para o ciberespaço (e isso consome tempo, paciência, elaboração), mas de repente somem. Tudo porque confiei e não salvei como rascunho. Pedi apenas que ela não mexesse.
Parece bobagem, escrever a gente escreve tudo de novo. Mas não é: precisa reconectar a via da inspiração, voltar a cada uma daquelas "vidas" que já tinham começo, meio, fim. Para que eu possa estar aqui novamente, com tudo de melhor que posso reunir, preciso realinhavar a alma. Mas não com fios de raiva; as fibras do entusiamo são as únicas que podem dar conta dessa costura.
Enquanto não as encontro de volta, deixo aqui o meu lamento pelas frases que jamais se reconstituirão na forma original, e espero a hora de voltar com tudo.
Sniff.
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